Um caderno de leituras

"esguias Graças, Musas de mais magas tranças,
vinde, vinde agora"

Safo

quinta-feira, 17 de julho de 2008

PAUL VALÉRY



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Paul Valéry


O BOSQUE AMIGO

Nós pensávamos coisas bem puras
Lado a lado, em longas caminhadas;
Nossas mãos estavam entrelaçadas
Sem fala... entre flores obscuras.

Íamos sonhadores e ausentes
Sós, na noite verde das pradarias,
Partilhando o fruto das fantasias,
A lua companheira dos dementes.

E depois nós morremos sobre o relvado,
Longe, perdidos no bosque habitado
Por um murmúrio afável e brando

E no luzir do infinito ócio
Tornamos a nos encontrar chorando
Ó doce companheiro de silêncio.


Tradução de Paulo Azevedo Chaves

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