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Uma Dedicação a Baco, de Sir Lawrence Alma-Tadema
Tristan Corbière
Sebastião Uchoa Leite
ENIGMÓIDES
Espelho ao avesso
Sobre o abismo
Já sou mais isso
Do que eu mesmo
Reflexo antevisto
Do caos amórfico
Informe e vasto
Sonho malérico
Jorge Medauar
ESPERANÇA
Eu faço versos como que luta
De armas em punho... de armas nas mãos...
Forma ao meu lado, pois na labuta
Os companheiros são como irmãos.
Meu verso é aço. Fornalha ardente...
Peito ou bigorna... Braço ou trator...
Corre entre o povo. Salgado e quente,
Cai gota a gota, por que é suor.
E nestes versos de luta ousada
Deixo a esperança que sempre tive
Nas tintas rubras da madrugada.
- Eu faço versos como quem vive.