O ADORMECIDO DO VALE
Era um recanto onde um regato canta
Doidamente a enredar nas ervas seus pendões
De prata; e onde o sol, no monte que suplanta,
Brilha: um pequeno vale a espumejar clarões.
Jovem soldado, boca aberta, fronte ao vento,
E a refrescar a nuca entre os agriões azuis,
Dorme; estendido sobre as relvas, ao relento,
Branco em seu leito verde onde chovia luz.
Os pés nos juncos, dorme. E sorri no abandono
De uma criança que risse, enferma, no seu sonho:
Tem frio, ó Natureza - aquece-o no teu leito.
Os perfumes não mais lhe fremem as narinas,
Dorme ao sol, suas mãos a repousar suspiras
Sobre o corpo. E tem dois furos rubros no peito.
Tradução de Ivo Barroso
2 comentários:
Mais poesia de boa qualidade no seu blogue. Parabéns.
Moacy,
Obrigado.
Ab,
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