NO REVERSO DE UM CROMO
A uma senhora
em dia de aniversário
Fosse meu verso aroma e a frase fosse flor,
Tivesse o verso meu mil formas peregrinas,
E a minha tosca rima o brilho, a tinta, o odor
Das rosas, dos jasmins dos cravos, das boninas;
Então Senhora, então formosa, um ramo cheio
De essências tropicais, de um gosto transcendente,.
Com a devida vênia e sem nenhum receio,
Eu vos daria hoje, ufano e alegremente.
Mas como do poeta as vozes langorosas,
Não podem transforma-se em flores, em perfumes
E a rima não possui o trescalar das rosas,
E a estrofe não contém da natureza os lumes;
Aceitai entretanto estas linhas sem cor,
Tal como esse buquê de violetas...Cai-me
Do lábio um riso - é pobre o mimo e sem valor, -
Mas é de coração, Senhora ! Desculpai-me.
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