Fonte: sitiorupestre-novapalmeira.blogspot.com
Zila Mamede
CANÇÃO DO SONHO OCEÂNICO
(primeira parte)
Empossei-me dos caminhos
convergentes para o mar.
Três dias nasci areias
depois, conchas esquecidas
na memória dos rochedos
que julgavam ser navios
carregados de luar.
Fui areia, agora, búzios
chamando os ventos do mar.
Quando me senti sargaços
pedi às algas tranqüilas
que me emprestassem coroas,
e vestindo lenda e sal
arranjei sete concertos
na paisagem mineral.
Compus meus olhos marinhos
quando a fuga da maré,
carregando os pensamentos
dos corais e dos recifes,
conduziu-me em sete fontes
dormindo peixes e estrelas
no outro sono do mar.
Agora nascida estrela
Algas, recife e coral,
Não me contentam areias
Nem me prende litoral.
Pedindo o vôo das gaivotas
em rumos desconhecidos,
sonhando estradas marinhas
compondo sete oceanos
para neles navegar.
Sou como o sal das salinas,
pois fui nascida do mar.
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