reprodução
Théophile Gautier
A ESFINGE
No Jardin Royal, das figuras esculpidas
A Quimera antiga me dá maior deleite;
Ela estufa adiante suas mamas erguidas,
Qual se o mármore venoso se enchesse de leite.
Sua face de mulher é a mais bela de todas,
Seu pescoço carnudo, você o beijaria;
Mas fazendo-lhe a volta, sob as ancas redondas,
Aparecem nos pés suas garras de harpia.
As crianças de colo, passando-lhe em frente,
Lhe estendem os braços, querendo elas mesmas
Colar nas mamas geladas suas bocas tão quentes;
Porém ao tocá-las, se afastam surpresas.
É o que sempre acontece com as nossas quimeras:
Têm o rosto charmoso e o reverso inclemente.
Nós beijamos seus seios, mas essas megeras
Não nos pousam no lábio uma gota de leite.
Tradução de Dirceu Villa
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