Fonte: wikimedia commons
Giacomo Leopardi
CANTO XII - O INFINITO
Sempre caro me foi este ermo outeiro,
e aquela sebe, que em tão grande parte
do horizonte final o olhar exclui.
Mas sentado, a mirar intermináveis
espaços além desses, sobre-humanos
silêncios e sossegos profundíssimos,
me afundo no pensar, onde por pouco
meu coração não se amedronta. E, como
ouço o vento roçar contra estas plantas,
o silêncio infinito comparando
vou a tal voz: e sobrevêm-me o eterno,
as mortas estações, mais a presente
e viva, e o seu rumor. Assim, por esta
imensidade o meu pensar se afoga:
e o naufragar me é doce neste mar.
Tradução de Renato Suttana
Sempre caro me foi este ermo outeiro,
e aquela sebe, que em tão grande parte
do horizonte final o olhar exclui.
Mas sentado, a mirar intermináveis
espaços além desses, sobre-humanos
silêncios e sossegos profundíssimos,
me afundo no pensar, onde por pouco
meu coração não se amedronta. E, como
ouço o vento roçar contra estas plantas,
o silêncio infinito comparando
vou a tal voz: e sobrevêm-me o eterno,
as mortas estações, mais a presente
e viva, e o seu rumor. Assim, por esta
imensidade o meu pensar se afoga:
e o naufragar me é doce neste mar.
Tradução de Renato Suttana
2 comentários:
marcílio:
só hoje vi seu link no v&p.
registro minha vinda.
um abraço.
romério
romério,
muito bem-vindo, então.
obrigado pela visita.
um abraço.
Postar um comentário