OS VAGABUNDOS
Ei-los sem diretriz, macilentos e rotos,
Perlustrando a extensão dessas ruas e vielas...
Vê-se-lhes no semblante o ar dos velhos pilotos,
Cansados de vencer procelas e procelas...
Expostos ao ladrar de cães e de garotos,
Sofrem caladamente injúrias e mazelas;
E, á noite, vão sonhar, na pedra dos esgotos,
Ao frigido lençol da lua e das estrelas...
E, desde que amanhece, apressados e argutos,
Vagam pela cidade, em pleno reboliço;
Ou ficam a cismar, nos jardins e viadutos...
E, enquanto as ambições se chocam frente a frente,
Os Vagabundos, bem alheios a tudo isso,
Vão passando, a fumar, filosoficamente...
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