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Sá de Miranda
COMIGO ME DESAVIM
Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.
Com dor, da gente fugia,
Antes que esta assim crescesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho inimigo de mim?
2 comentários:
Gosto muito desse poema de Sá de Miranda.
"Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim." Gosto sempre de reler uma coisa assim. E como o cara vai longe então lá nos versos finais:
"Pois que trago a mim comigo
Tamanho inimigo de mim?"
Continue lembrando-nos dessas jóias esquecidas.
Abração.
Também gosto, JC, pois tem algo de inovador, apesar de ter sido escrito há cerca de 500 anos...
Obrigado.
Abs
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