A CABEÇA DE BACALHAU
Miscelânea de algas
cordões, caules, detritos —
firmamento
de peixes —
onde as patas amarelas
das gaivotas chapinham
ramos batem
barcos deixam rastro de bolhas
— de noite doidamente
agitam-se fosforescentes
animálculos — mas de dia
flácidas
luas em cujos
discos por vezes uma cruz vermelha
reside — quatro
braças — no fundo assenta
um salpico
de areias esverdeadas —
amorfo titubeio
de rochas — três braças
o corpo
vítreo pelo qual —
peixinhos velozes descem
fundo — e
eis embalo um sobe
e desce —
estrelas vermelhas — uma decepada
cabeça de bacalhau entre
duas pedras — subindo
descendo.
Tradução de José Paulo Paes
2 comentários:
Passei por aqui
plantei esta pedra
palavra de sombra.
Até a volta.
Abraços.
JC,
bom que tenha me encontrado aqui.
melhor ainda o comentário.
um abraço
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