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Vicente Huidobro
O ESPELHO DE ÁGUA
Meu espelho, correndo pelas noites,
Torna-se arroio e foge do meu quarto.
Meu espelho, mais profundo que o orbe
Onde todos os cisnes se afogaram.
É um tanque verde na parede, e nele
Dorme tua desnudez ancorada.
Em suas ondas, sob uns céus sonâmbulos,
Os meus sonhos se afastam como barcos.
De pé na popa sempre me vereis cantando.
Uma rosa secreta intumesce em meu peito
E um rouxinol ébrio esvoaça em meu dedo.
Tradução de Anderson Braga Horta
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