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Francis Ponge
O PEDAÇO DE CARNE
Cada pedaço de carne é uma espécie de fábrica, moinhos e lagares de sangue.
Tubulações, altos fornos, cubas vizinhos de martelos pilões, coxins de graxa.
O vapor jorra, fervente. Fogos sombrios ou claros encarnam-se.
Sarjetas a céu aberto carreiam escórias e fel.
E lentamente, à noite, à morte, todas essas coisas se resfriam.
Breve, se não a ferrugem, pelo menos outras reações químicas se produzem, liberando odores pestilenciais.
Tradução de Júlio Castañon Guimarães
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