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Auta de Souza
CAMINHO DO SERTÃO
A meu irmão João Cancio
Tão longe a casa!... Nem sequer alcanço
Vê-la, através da mata. Nos caminhos,
A sombra desce... E, sem achar descanso,
Vamos, nós dois, meu pobre irmão, sozinhos!
É noite, já! Como, em feliz remanso,
Dormem as aves nos pequenos ninhos...
Vamos mais devagar... de manso e manso,
Para não assustar os passarinhos.
Brilham estrelas... Todo o céu parece
Rezar de joelhos a chorosa prece,
Que a Noite ensina ao desespero e à dor...
Ao longe, a Lua vem dourando a treva,
Turíbulo imenso, para Deus eleva
O incenso agreste da jurema em flor.
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