Um caderno de leituras

"esguias Graças, Musas de mais magas tranças,
vinde, vinde agora"

Safo

domingo, 8 de junho de 2008

FLORBELA ESPANCA

foto: autor desconhecido
Florbela Espanca

VOLÚPIA

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade…
A nuvem que arrastou o vento norte…
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço…
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças…

4 comentários:

Anônimo disse...

ola amigo marcilio olher essa foto da enchente do rio sabugi e o açude sabugi http://picasaweb.google.com/antonysimao/MataCinzenta não e virus

Marcilio Medeiros disse...

Simão,
Obrigado.
Essas fotos mostram bem a grande quantidade de água que o inverno deste ano trouxe. Gostei bastante.
Abs,

Francisco Getúlio Sousa disse...

Grande poetisa de língua portuguesa, sua poética se destaca em versos amorosos e melancólicos, às vezes, mórbidos e lúgubres, que lembra bastante os poemas do Romantismo. Li seu livro Charneca em Flor onde estão os poemas: Interrogação e Volúpia, sinceramente fiquei extasiado com aquelas palavras, aquele sentimento libertador. Obrigado pelos poemas.

Marcilio Medeiros disse...

Quando o primeiro livro de Florbela saiu no Brasil (em 1983, penso), causou um impacto considerável. Havia uma curiosidade em relação a ela gerada pelos poemas musicados por Fagner.
Obrigado, Francisco. Abraço